quarta-feira, 11 de julho de 2012

Até onde você iria?


"E, partindo Jesus dali, foi para as partes de Tiro e de Sidom. E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada. Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós. E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me! Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos. E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: O mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã." Mateus 15:21-28

“E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se; Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés. E esta mulher era grega, sirofenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído.”  Marcos 7:24-30

O episódio da mulher cananeia é um dos textos mais difíceis do novo testamento, pois a dinâmica do evento narrada por Marcos e Mateus apresentam uma dura realidade, em se tratando da pessoa de Jesus. Entretanto, o tratamento que Jesus deu a mulher revela um processo pelo qual os cristãos passam em sua jornada de fé, e nos dá alento para os momentos em que os céus estão silenciosos.

1ª FASE: O SILÊNCIO DIANTE DA PETIÇÃO DA MULHER

Jesus silenciou diante do pedido inicial daquela mulher, praticamente a ignorando, tanto que até mesmo os discípulos estavam incomodados, e intercederam pela mulher.

“Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós.” Mateus 15:23

Neste momento Jesus estava de certa forma medindo os limites do interesse da mulher em seu poder, afinal, o que os pagãos sabiam de Jesus é que ele era grande profeta e tinha grandes poderes. Deviam ser muito comuns os pedidos de intervenção sobrenatural. Entretanto, creio que esta mulher passou por este processo, como quem decifra um enigma. “Porque ele não me atendeu? Porque ele não me ouviu? O que tem de errado no meu pedido?”

Acredito ainda que Jesus ensina por seu gesto que Deus não é um banco de pedidos e petições, e que não está a serviço dos homens. Por ter sido ignorada no primeiro pedido a mulher pode também mostrar sua determinação. A fé não é nada menos do que um exercício de determinação no qual somos desafiados até o limite que podemos suportar, e acredite, Deus conhece os nossos limites, pois foi Ele que os estabeleceu. A consequência disto? O reconhecimento da autoridade de Deus e da dependência do homem.

“Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me.” Mateus 15:25


2ª FASE: JESUS TESTA O SISTEMA DE CRENÇAS

Na segunda fase do diálogo, Jesus testa o nosso sistema de crença, seu interesse é revelar no que acreditamos.

“Respondeu-lhes Jesus: Deixa que primeiro se fartem os filhos; porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.” Marcos 7:27

“Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.” Mateus 15:26

Este é o segundo "enigma" que Jesus propõe a mulher que veio lhe pedir. Jesus veio para abalar o nosso sistema de crenças e a todo tempo Ele continua a mexer com a nossa mente, nos impulsionando a mudar a nossa forma de pensar. A mulher era cananeia, como se sabe, os cananeus eram um povo em que o paganismo estava entranhado na cultura, enraizado na mente. Agora Jesus propunha para aquela mulher uma revisão de sua fé. Historicamente falando, os judeus são o povo do plano da promessa de Deus, ou seja, o Deus criador dos céus e da terra habitava no meio do povo judeu (OS FILHOS), enquanto os demais povos que não se submetiam à lei mosaica estavam temporariamente fora dos planos da promessa de salvação. Para os judeus o Salvador viria da casa de Davi.

Agora, a mulher cananeia passaria pelo segundo obstáculo, a qualidade da sua fé. A capacidade de renovar o seu sistema de crenças diante de uma nova realidade, iria se revelar na medida em que a mulher rompesse com sua antiga vida. Essa ruptura acontece quando ela se submete à autoridade de Jesus e afirma de forma humilde que até as migalhas comeria.

CONCLUSÃO

A intensidade da nossa fé é determinada pela regularidade com a qual nos relacionamos com Deus. Muitas vezes, mesmo achando que não somos vistos ou ouvidos, Deus não deixa nada escapar de suas vistas, e isso naturalmente nos levará ao reconhecimento da nossa dependência e da autoridade de Jesus. A qualidade da nossa fé é medida pela nossa disposição de deixar tudo para trás e nos entregarmos a uma nova vida em Cristo, viver uma nova realidade, deixando as coisas que ficaram para trás prosseguindo para o alvo que é a soberana vocação em Cristo Jesus.

“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3: 13,14

Amém!

Por Diogo Pereira

quarta-feira, 13 de junho de 2012

TUDO É RELATIVO?


Acredito na importância do estudo bíblico. Afinal, é necessário estar preparado para quando  ocorrerem as defesas de nossa fé; defender o exercício da cristandade. Digo isso não por estar preocupado em comunicar o evangelho aos outros como se meus interlocutores tivessem oito anos de idade, e sim por entender que a pratica do estudo bíblico forja a quantidade de “anticorpos” necessária para que possamos resistir às dúvidas que a pós-modernidade nos apresenta diariamente. Dúvidas que podem nos trazer tristeza, fraqueza, medo e outros tantos males.

Gostaria de dar um exemplo simples disso: não sei alguns já notaram isso mas... A verdade sumiu! Onde está a Verdade?

Na antiguidade existia apenas uma verdade. Em nosso cotidiano pós-moderno, tudo pode ser verdade. Hombridade, dignidade, moralidade e outras tantas virtudes que representam um caráter forjado nas premissas do cristianismo agora são coisas “relativas” e a verdade absoluta deixou de existir. Sou uma testemunha viva de tudo isso, afinal, fui forjado na área das ditas “Ciências Humanas” e estou sempre presenciando alguns intelectuais formadores de opinião e outras figuras preeminentes da sociedade considerarem tudo aquilo que emana da cultura pós-moderna algo fantástico, sábio e extremamente relevante. Não sei o que faria se encontrasse um “gênio” desses pela rua...

Temos então, um problema: se não possuímos mais uma verdade absoluta, o que dirão então do Evangelho? Quando, enfim, a verdade desaparece, acredito que também desaparece Jesus Cristo, a personificação da Verdade. Verdade esta que emana do Pai e que realizou tão considerável obra na minha, e em outras tantas vidas. Os defensores da cultura pós-moderna, ao rejeitarem a verdade de Cristo, cometem um grave erro, pois negam a premissa cristã de que Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Nós temos necessidade de um discernimento bíblico maior (e melhor!), pois nunca uma geração foi tão bombardeada com informações como a nossa. As distorções da Palavra de Deus estão por toda parte e temas importantes de nossa fé cristã como conversão, confissão de pecados, arrependimento, graça e outras tantas coisas estão perdendo espaço para a guerra do tele-evangelicalismo, para as grandes produções “gospel” e para as “estrelas” evangélicas. Onde está Cristo nisso tudo?

Não possuo respostas prontas nem soluções mágicas para os problemas que a Igreja do séc. XXI apresenta. Todavia, penso ser necessário um quebrantamento genuinamente espiritual entre todos nós, enquanto sacerdotes do Deus Vivo. Precisamos nos humilhar diante do Pai, sondar nossos corações, renovar nossos compromissos e buscar a plenitude do Espírito Santo, bem como sua glória. Hoje, nada é mais necessário do que pessoas que sejam um retrato vivo de Jesus Cristo.

Um grande abraço. Paz e bem!

Por José Júnior

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Efeitos nocivos da ausência


Por Matt Schmucker
Por Matt Schmucker
Cresci ouvindo sempre que era melhor ser acusado de cometer um pecado de omissão que um pecado de comissão. Desta forma, você poderia sempre riscar seu pecado usando o esquecimento, a ignorância ou falta de cuidado. Já o pecado de comissão era o grande “não-faça”, uma vez que parecia deliberado e calculado.
AUSÊNCIA: APENAS UM PECADO DE OMISSÃO?
Temo que muitos cristãos pensem que não frequentar a igreja regularmente é um pecado de omissão; se for realmente um pecado, seria um dos pequenos. Não seria grande coisa. “Não traga esse legalismo para cá!”. Aparentemente, isto é o que muitos pastores, presbíteros, diáconos e a inteira congregação pensam, já que fazem pouco para lidar com o assustador número de ausentes.
Por exemplo, em minha própria denominação, a Convenção Batista do Sul, apenas um terço da membresia total de quarenta mil igrejas nos EUA realmente participam dos cultos todo domingo. Isto significa que aproximadamente dez milhões de supostos cristãos na verdade são faltantes.
NEM TODOS OS AUSENTES SÃO IGUAIS
Uma vez que nem todos os ausentes são iguais, as igrejas devem tratar os diferentes tipos de ausentes de maneira diferente. Aqui estão quatro tipos distintos:
  1. Aqueles que vivem nas proximidades, mas são incapazes de frequentar o culto: a idade ou a saúde os impedem. Membros anciãos ou doentes devem ser tratados com cuidado especial. Este artigo não é sobre eles
  2. Aqueles que vivem (temporariamente) fora das proximidades e são incapazes de participar: militarismo ou compromissos de trabalho os impedem. Estes ausentes (temporários) também devem ser tratados com cuidado especial, uma vez que suas viagens a trabalho colocam um fardo único sobre eles e suas famílias. Este artigo não é sobre eles.
  3. Aqueles que vivem fora das proximidades e escolhem continuar sendo membros de sua igreja local: a distância os impede. Ausentes desse tipo devem ser encorajados a participar de uma igreja que eles podem frequentar. Este artigo é sobre eles.
  4. Aqueles que vivem nas proximidades, mas esporádica e raramente participam dos cultos: nada realmente os impede além de sua própria vontade. Este artigo é especialmente sobre eles.
PORQUE OS AUSENTES SÃO NOCIVOS
Esses dois últimos tipos de não-frequentadores têm um efeito nocivo na igreja local porque eles afirmam que a membresia no corpo de Cristo é inútil.
Em 1 Coríntios 12, o apóstolo Paulo fala do corpo e suas partes como uma metáfora da igreja:
“Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo.” (1 Co 12.12)
“Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.” (1 Co 12.27)
3552898254_bbf14c83afEntre esses dois versos, Paulo exorta os membros da igreja em Corinto a enxergarem-se como uma parte do todo, necessitando daquilo que os outros membros contribuem. As partes têm funções diferentes (alguns são apóstolos, alguns são profetas, e por aí vai), mas todos eles se juntam para fortalecer o todo. Este é o propósito de Deus para o corpo de Cristo: quando cada membro contribui com algo único junto ao todo, a glória multiforme de Deus será colocada em evidência. Portanto, quando supostos membros (partes) do corpo de Cristo decidem separar-se do resto do corpo, eles ameaçam sua integridade. Se cristãos se separam do corpo de uma igreja, o que você tem não é mais um corpo, mas órgãos desordenados.
Quando eu retiro o pêndulo do relógio do meu avô, ainda posso fazer certas coisas com ele, como abrir latas de tinta lacradas. Mas este é um mau uso do pêndulo. O pêndulo (uma parte) foi desenhado para encaixar-se dentro do relógio, juntar-se às outras partes e providenciar o peso que coloca em movimento as engrenagens que girarão os ponteiros, o que nos permite ver as horas.  Isto é como os cristãos deveriam funcionar dentro do corpo de Cristo. Um cristão que se arranca de um corpo local de cristãos é como um pêndulo abrindo uma lata de tinta, não um pêndulo que faz um relógio funcionar.
Mas os ausentes não ameaçam apenas a si mesmos; na verdade, eles têm um efeito nocivo na igreja local da qual eles nominalmente fazem parte. Eu diria que os ausentes têm um efeito tóxico de quatro maneiras diferentes.
OS EFEITOS NOCIVOS DOS AUSENTES
1. Eles fazem o evangelismo mais difícil
Primeiramente, os ausentes fazem o evangelismo mais difícil. Sua igreja é chamada para ser um posto do Reino de Deus em sua comunidade, uma pequena, mas significativa manifestação da glória de Deus, quando vocês amam um ao outro e amadurecem em Cristo. Portanto, todo aquele que carrega o nome de Cristo, como declarado por sua igreja, e que voluntariamente deseja viver sua vida separado da comunidade pactual de crentes está praticando falsidade ideológica. Eles carregam o nome de Cristo, mas eles não se identificam com seu corpo, a igreja local.
Usando a metáfora de Jonathan Leeman, eles vestem o uniforme do time, mas eles não treinam nem competem pelo time. Isto confunde o testemunho para a comunidade incrédula ao redor de vocês. Não-cristãos veem seu uniforme em um cara que parece jogar para outro time. É como um homem que veste o uniforme dos Redskins, mas só torce pelos Dallas Cowboys, vai para os jogos dos Cowboys, fala sobre as cores dos Cowboys, e sonha algum dia morar em Dallas. É inconsistente, confuso e enganador. Voltando à linguagem bíblica, os cristãos foram adotados no corpo de Cristo. Os ausentes agem como se fossem órfãos. Isto torna tudo mais difícil para que a vida corporativa da igreja carregue o testemunho do Evangelho.
2. Eles confundem os novos crentes
Em segundo lugar, os ausentes confundem os novos crentes. Novos crentes são muitas vezes uma confusão. Tudo o que eles pensavam ser certo está errado, tudo que eles pensavam ser errado está certo. Há uma grande confusão nas primeiras semanas e meses, e até anos de vida do novo crente. Eles precisam ser bem ensinados.
Mas não apenas isso, eles precisam de bons modelos. Quando a doutrina que eles aprendem não bate com os modelos que eles veem, eles ficam confusos. Os ausentes não são apenas testemunhas reversas, eles são modelos reversos. Eles ignoram e desobedecem a inúmeras passagens da Escritura, e falham em expressar o caráter de Deus mesmo das maneiras mais básicas, mesmo eles clamando serem filhos adotados.
Em sua arrogância, os ausentes estão efetivamente dizendo aos novos crentes: “tudo isso que vocês estão lendo na Bíblia não é realmente necessário. Vocês podem viver sem encorajamento dos outros cristãos. Vocês podem viver sem sacrificar-se ao servir e amar outros cristãos. Vocês podem viver sem ensino e sem pregação. Vocês podem viver sem pastores”.
igreja013. Eles desencorajam frequentadores regulares
Em terceiro lugar, ausentes desencorajam frequentadores regulares. Frequentadores regulares fazem sacrifícios para manter sua aliança com sua igreja local. Eles dão seu dinheiro e seu tempo para satisfazer a necessidade dos outros membros do corpo, o que não é fácil, para dizer o mínimo. Os ausentes não fazem essas coisas, pelo menos não com alguma regularidade. Assim, quando uma igreja permite que ausentes permaneçam membros, elas efetivamente erodem o significado da membresia, o que fere e desencoraja os fiéis.
Além disso, os ausentes negam à igreja seu serviço, o que tende a desencorajar os frequentadores fiéis. Certamente uma igreja de 100 membros, em que todos estão trabalhando para a glória de Deus com os dons que Deus os deu, é exponencialmente mais forte que uma igreja de 35 frequentadores e 65 não-frequentadores. Os ausentes inadvertidamente colocam o fardo inteiro sobre alguns poucos, um fardo que esses poucos não deveriam carregar sozinhos.
4. Eles preocupam seus líderes
Em quarto lugar, os ausentes preocupam seus líderes. Hebreus 13.17 diz: “Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas.”. A luz desse verso, um pastor ou presbítero fiel deve sentir-se responsável pelo estado espiritual de todo membro de seu rebanho. Como um pai preocupado com o filho que ainda não voltou para casa à noite, um bom pastor não descansa até que preste contas de todas as suas ovelhas. Não-frequentadores fazem a tarefa quase impossível.
Embora tempo e coragem sejam necessários para lidar com o problema dos ausentes, todo pastor ou presbítero deve sentir a responsabilidade de remover esses faltantes e curar o efeito nocivo que eles têm sobre o evangelismo, sobre os novos membros, sobre os frequentadores fiéis e sobre os pastores da igreja. A recompensa? Enquanto a membresia cada vez mais consiste apenas daqueles que fielmente participam e contribuem com a vida do corpo, a igreja começará a parecer-se com o corpo que Deus planejou: uma expressão de sua sabedoria, que traz glória ao Cabeça da Igreja, Jesus Cristo.
por Matt Schmucker

terça-feira, 13 de março de 2012

"Esse é o Evangelho"

"É toda a história da vida esmagada em quatro minutos. A totalidade da vida humana na palma da sua mão, esmagada em uma frase. 

Ouça, é intenso, certo?!"



"DEUS. NOSSOS. PECADOS. PAGAMENTO. TODOS. VIDA." 


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Reagindo ao Massacre

Por Ariovaldo Ramos

O Bispo Ambrósio, Bispo de Milão, Itália, não deixou o imperador entrar na Igreja, para participar da missa, por oito meses! Porque, entre 388 DC e 390 DC aconteceu, na Grécia, um massacre de enormes e dramáticas proporções.


Teodósio 1, o Grande, era o imperador de Roma. Graças a uma trama política, que não foi orquestrada por ele, mas, que acabou por provocar a morte do imperador do ocidente, Teodósio, que era, originalmente, do oriente, governou um império reunificado. Foi o último imperador romano a ter essa extensão de governo.
Por volta do ano 388 DC, o Gal. Buterico era o chefe da infantaria romana que controlava a cidade de Tessalônica, cidade grega, fundada em 316 AC, que era capital de um dos quatro distritos romanos da Grécia.
Cumprindo um decreto do imperador, o Gal. Buterico mandou por na cadeia um atleta, um auriga, nome dado ao esportista que conduzia bigas, pequenas carruagens individuais, onde o condutor tinha de ficar em pé, puxadas por velozes cavalos, que disputavam corridas nos circos. Os circos eram construções semelhantes ao famoso Coliseu romano, agora, dedicadas aos esportes, e não mais às lutas dos gladiadores, e que faziam parte da vida de muitas cidades do império romano.
O atleta, cujo nome não se sabe, conduzia quadrigas, nome dado às tais carruagens quando puxadas por 4 cavalos, era muito popular; um atleta tão bem sucedido, inclusive do ponto de vista financeiro, quanto os melhores futebolistas da atualidade. A população, quando soube da prisão do atleta, se revoltou, e atacou aos romanos, e, entre outros oficiais da infantaria romana, o Gal. Buterico foi morto.
Ambrósio era o Bispo da cidade de Milão, onde o imperador Teodósio, que frequentava a Igreja, se encontrava. Conhecendo o temperamento do imperador,  Ambrósio o visitou e lhe pediu que, diante do motim, reagisse com misericórdia.                               
Teodósio, no entanto, dando a entender que havia ouvido o conselho do Bispo, fez com que se espalhasse a notícia de que Tessalônica seria perdoada, contudo, organizou a tropa, sedenta de vingança, para que, tão logo a cidade voltasse à normalidade, agisse com rigor.
A cidade, como era de se esperar, aos poucos, foi voltando à normalidade, principalmente, porque tudo dava a entender que a notícia veiculada, ainda que de modo não oficial, era verdadeira. 
Os tessalonicenses, então, retomando o costume e o cultivo da paixão pelas competições esportivas, retornam ao circo, que fora o palco do que acabou por provocar o motim e a morte dos oficiais romanos.
Em determinada ocasião, quando, despreocupadamente, parte considerável da população de Tessalônica se encontrava no circo de esportes, a tropa romana, sob ordens do imperador, cercou o circo e massacrou cerca de 7000 seres humanos. Uma barbárie! Barbárie que ficou conhecida, na história, como o Massacre de Tessalônica.
Tão logo soube disso, o Bispo Ambrósio exigiu que o Imperador se arrependesse publicamente.
Algum tempo, depois de saber da exigência do Bispo, Teodósio resolveu ir ao encontro sagrado, porém, o Bispo Ambrósio saiu à porta da Igreja e impediu o Imperador de entrar para participar do culto, dizendo que ele era um sanguinário, e que se ele não se arrependesse publicamente, não teria mais acesso à missa.
O Imperador resistiu por oito meses, porém, quando se deu conta de que o Bispo não arredaria pé de sua posição, cedeu, e, oito meses depois da intimação do Bispo, o Imperador foi à Igreja vestido como penitente e, publicamente, pediu perdão por seu pecado, pediu perdão por ter ordenado o massacre.
E, embora, o mal não pudesse ser desfeito, a justiça tinha logrado êxito. Ficava, publicamente, claro que ninguém, sob alegação alguma, poderia eximir-se da justiça. Ficava claro que a lei que não serve à justiça, não serve. Ficava claro que o governo que não serve à justiça, não serve.
No dia 22 de janeiro de 2012, em São José dos Campos, São Paulo, Brasil, quase dois mil anos depois do ato do Imperador Teodósio 1, assistimos a um ato de injustiça, a uma barbárie, também, de grandes proporções: 9000 pessoas foram desalojadas de suas moradias e colocadas em situação de rua, e suas casas, nas quais já habitavam a oito anos, foram demolidas. Um massacre que não tirou a vida das vítimas, mas, que desconsiderou o seu direito à dignidade no viver.
Os tempos deveriam ser outros! É tempo de democracia, regime, onde a autoridade maior é o povo. Um regime onde o governo deve ser exercido em nome do povo, e para o benefício do povo.
O motivo alegado para a prática do massacre, foi a reintegração de posse do terreno ocupado por essas 9000 pessoas a, pelo menos, 8 anos. Posse duvidosa, diga-se de passagem, porque este terreno foi propriedade de uma família que não deixou herdeiros, passando a posse do terreno, por justiça, essa, sim, legislada, para o Estado, portanto, para benefício do povo.
Estado que, a exemplo de Teodósio, ludibriou o povo, uma vez que lhe forneceu os serviços básicos de infraestrutura, tais como, água encanada e luz elétrica.
A presença desses serviços do Estado, certamente, deu aos moradores do Pinheirinho, nome pelo qual era conhecido o condomínio residencial, a certeza de que seu direito à moradia havia sido reconhecido, assim como, havia sido corrigido o desvio de posse desse espaço de terra que, de fato, deveria ser utilizado para o benefício do povo.
Engano nada ledo! Um governador redivivo, forneceu as condições para que a injustiça solapasse o direito. E o que durou oito anos acabou em menos e oito horas.
Os moradores estavam negociando, tentando fazer valer o bom senso, já que o mero senso de justiça não foi suficiente! Que nada! As negociações foram desconsideradas! Restaram os gritos, as lágrimas e som áspero da injustiça zombando do direito. Restou a rua para idosos e crianças, para os trabalhadores e as trabalhadoras.
O governador, também, a exemplo do imperador antigo, frequenta a Igreja. O seu ato trouxe para perto de nós uma antiga história. Terá vindo com essa história, a inspiração de Ambrósio? Será que um Bispo haverá, que impeça o governador de assistir à missa, até que, publicamente, admita o seu pecado, e, arrependido, restitua aos lesados o que lhes garante o direito, o que impõe a justiça?
Tomara, como quer Deus, haja, ainda, na Igreja, sacerdotes desta envergadura! Tomara haja, nos frequentadores da Igreja, a firme disposição de não participar desses atos de injustiça, independente de como venham travestidos! Tomara, decidamos, nós, que frequentamos a Igreja, resistir, em nome da consciência, a essa e a qualquer ação similar, que mais parece, como mencionado pelo poeta, fruto de “tenebrosas transações”, que sempre está a serviço da ignomínia.
É bem possível que isso nos gere muito desconforto; que gere muita incompreensão, muita ação disciplinar; que gere muita perda de emprego; que gere muita exoneração; que gere muita perseguição. Mas, de certo, também, há de, finalmente, gerar definição, há de deixar claro onde e em quem o rito é só ritualismo e onde o rito é, de fato, culto. Há, certamente, de gerar caráter, há de recuperar o sentido do ser cristão, há de recuperar o nosso compromisso com a democracia.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

"O Evangelho"

A letra e o vídeo são autoexplicativos. 
Que incitem motivações do Evangelho puro e genuíno em nossas vidas.
Deus abençoe!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Como aproveitar a Bíblia

Por James MacDonald

Leia

Na semana passada, respondi algumas perguntas interessantes sobre como eu marco a minha Bíblia. Mas antes de falar mais sobre isso, eu queria refletir sobre como podemos aproveitar melhor a Bíblia, começando com meu versículo preferido da Palavra de Deus, Jeremias 15.16, que diz: “Quando as tuas palavras foram encontradas, eu as comi; elas são a minha alegria e o meu júbilo, pois pertenço a ti Senhor Deus dos Exércitos”. A Escritura está para a alma como a comida está para os nossos corpos. Aqui estão cinco coisas que você precisa fazer se você quer se alimentar da Palavra de Deus e alimentar sua alma.

Se você pega a Bíblia, e a mede, mas não a lê, bem, que desperdício. Então a abra e comece a ler. Você talvez diga “Cara, ela tem centenas de páginas. Por onde eu começo?”. Eu ouço isso com tanta freqüência que decidi dar uma olhada nas minhas Bíblias. Elas têm em média 1400 páginas. Então pense nela como dois grandes livros ou quatro ou cinco livros de tamanho normal. Estudos indicam que são necessárias por volta de 70 horas para ler a Bíblia inteira em voz alta. A maioria das pessoas lê mais rápido que isso, mas a Bíblia não é um livro que você vai querer ler rapidamente, de qualquer forma. É mais ou menos como aquela sua sobremesa preferia – pegue um ou dois pedaços e abaixe a colher – uma boa maneira de ter certeza que você está entendendo a grandeza do que está lendo. Se você ler 12 minutos por dia, ou uma hora e meia por semana, você não terá problemas para ler toda a Bíblia em um ano, e você será tão abençoado que vai querer começar de novo no ano seguinte. Ler a Bíblia não é algo que intimida tanto quanto as pessoas fazem parecer.

Quanto a por onde começar, eu sempre recomendo que as pessoas comecem com o Evangelho de João, que é o quarto livro do Novo Testamento, o quarto testemunho ocular da vida de Jesus. Enquanto você estiver lendo atentamente esse evangelho, pare e sublinhe a palavra crer toda vez que ela aparecer e se pergunte: Crer em que? Ou em quem? Agora vá para as cartas de João (1, 2 e 3 João). Agora leia outro evangelho. Isso te manterá ocupado por um tempo. Faça uma oração curta antes de começar a ler. Peça ao Senhor que abra sua mente e seu coração para Sua verdade e creia que ele irá fazê-lo. E não se deite para ler a Bíblia. Ela não é uma revista ou um romance qualquer. Lembre-se, é a Palavra de Deus, e se você respeitá-la devidamente, ela ira “abalar suas estruturas”, de uma forma incrível. Se você mantiver uma postura séria, você alcançará sérios resultados. Leia. Sugiro que você gaste pelo menos 15 minutos para ler dois ou três capítulos de uma vez.

Aqui está outra coisa. Não  leia:

Questione

Como você está apenas começando, vou sugerir algumas perguntas, e com o tempo, você pensará em outras perguntas por si só.
  1. “Qual parte do que eu li chamou a minha atenção?” Você vai ler dois ou três capítulos e com certeza vai gostar mais de algumas partes específicas. Vá até essas partes e faça as seguintes perguntas.
  2. “Porque essa parte chamou a minha atenção?” O que tem aqui que me atraiu? Para ajudar a responder essa pergunta, faça essas outras perguntas.
  3. “Há algum exemplo a ser seguido?” Eu não saberia dizer quantas vezes a Palavra de Deus impactou minha vida ao dizer simplesmente essas palavras: “Há algum exemplo a ser seguido?”. Então de repente é como se – BUM! Quase que salta da página: “James, você deveria ser assim!”. Eu amo quando a Palavra de Deus fala comigo dessa forma e me chama a ser mais parecido com o que Deus espera.
  4. “Há algum erro a ser evitado?” É muito confortante saber que se eu caminhei na direção errada sem saber, ou tomei uma decisão equivocada, a Palavra de Deus pode me revelar isso. É fácil reconhecer os erros de outra pessoal, mas é muito difícil reconhecer nossos próprios erros. É aqui que a Palavra de Deus se torna um espelho. Há algum erro que eu possa evitar?
  5. “Há algum mandamento para seguir?” Há alguma ação que a Palavra de Deus me chame para tomar? Há algo importante que eu estou negligenciando em minha casa, meu trabalho ou na minha vida pessoal? Se for o caso, eu quero saber o que é e como eu posso consertar. A Palavra de Deus várias vezes nos revela mandamentos a serem seguidos.
  6. “Há alguma promessa para mim?” Muitas vezes a Palavra de Deus traz forças e encorajamento. Conforme você estuda a Bíblia, você vê o Senhor se comprometendo a certas coisas ou a agir de certa forma. E conforme você enxerga essas promessas, você chega à conclusão “Sim, Deus! Tu és assim, e prometeu ser assim pelo resto da minha vida, e eu confio em Ti”. Seu coração se enche de alegria quando você aprende e relembra as promessas de Deus.
  7. “Há algum pecado a ser confessado?” Eu imagino que isso seja óbvio, de certa forma. Você não vai precisar ler muito da Bíblia para encontrar passagens que te revelam os “erros de seus caminhos”. Mas uma das promessas que te ajudam com isso é a de 1 João 1.9, que diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”.
Agora que você começou a questionar a Palavra de Deus, você está pronto para a terceira coisa.

Planeje

Isso é absolutamente essencial se você pretende aproveitar a Bíblia tanto quanto puder pelo resto de sua vida. Faça um plano de açãoem relação a como você vai por em prática o que está aprendendo. Tenha um caderno aberto ao lado da Bíblia e anote algumas coisas. Escreva alguns pensamentos nas margens das páginas da Bíblia. Quando, pela Palavra, você se ver culpado de ira, mentira ou egoísmo, tenha uma estratégia para lidar com esses pecados. Faça um plano específico e mensurável. Os resultados que você começará a ver te surpreenderão. Leia. Questione. Planeje.

Ore

Muitas vezes as pessoas não têm certeza do que dizer em suas orações. Quando você ora as verdades da própria Palavra de Deus, você tem a confiança de estar orando o que Deus espera. Você também tem a confiança de que Deus vai responder o que você está pedindo se a direção realmente vem da Sua Palavra. É isso que significa orar de acordo com a vontade de Deus. Como eu gostaria de ter lido um livro tão específico e prático assim, 20 anos atrás. Teria me ajudado imensamente. Ao invés disso, eu bati minha cabeça contra a parede por um bom tempo antes de descobrir tudo isso. De qualquer forma, pelo menos você pode aprender com os meus erros. Há poder em orar a Palavra de Deus. Quando você abre em uma passagem e diz “Deus, tu és assim, e prometeu ser assim para sempre” – Uau! Então leia. Questione. Planeje. Ore.

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Quando você aprende alguma coisa da Palavra de Deus, você deve compartilhar com outra pessoa. Tome algum tempo para falar sobre algo de seu estudo com sua esposa, seu colega de quarto ou um amigo da escola. Talvez você possa compartilhar com um amigo do trabalho ou na sua igreja. Hebreus 10.24 instrui que “consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras”. É isso que acontece quando você compartilha o que tem recebido da Palavra de Deus. Pessoas que me vêem pregando e vêem meu entusiasmo pensam Cara, aquele homem realmente ama pregar. Mas isso não é verdade. Eu não me importo muito com a pregação – não como um fim em si mesmo. O que me leva a pregar é ouvir sobre a diferença que a Palavra de Deus proporciona na vida das pessoas. Se eu levantasse todo Domingo e pregasse sabendo que ninguém iria se interessar em aplicar em suas vidas, eu nem me daria ao trabalho. Essa é a verdade. A razão pela qual nós compartilhamos a Palavra de Deus não está em nós; está nos outros. Então, como conseqüência, somos incrivelmente abençoados por ver o Deus Todo poderoso nos usando.

A Escritura diz em Isaías 40.8 “A relva murcha, e as flores caem, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre.” Um dia, quando sua televisão, seu carro e sua casa não passarem de lixo e sucata, a verdade desse Livro ainda está viva. Vamos investir na única coisa que permanecerá. Quero dizer mais uma vez: Deus escreveu um Livro. Que Ele nos perdoe de não fazer o melhor uso possível desse Livro em nossas vidas.


Traduzido por Filipe Schulz | iPródigo