quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O que os olhos não veem, o coração não sente

"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." Mateus 5:14-16

Uma das vocações existenciais de um discípulo é ser a luz do mundo como afirma o próprio Jesus nos versículo 16 do capítulo 5 de Mateus. Um verdadeiro discípulo deve brilhar para que os que estão no mundo vejam as boas obras e glorifiquem a Deus. Só que a superficialidade com que encaramos a Bíblia nos deixa escapar algumas questões importantíssimas, que só percebemos nosso despreparo diante do fato real e da situação prática da coisa.

Brilhar. Ok! É isso que um discípulo de Cristo precisa fazer para impactar o mundo, mas a pergunta que cabe aqui é: Como? Caminhando um pouco mais na leitura, começamos a encontrar uma luz (o trocadilho é inevitável).

"A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz;
Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!" Mateus 6:22-23 

O texto que encontramos em Mateus 6:22-23, merece uma pausa para reflexão, pois aqui encontramos uma analogia entre olhos e lâmpada que a princípio nos parece simples, mas sua aplicação é confrontante em todos os aspectos.
Bem, o texto diz que "os olhos são a lâmpada do corpo" e nos conduz a conclusão de que aquilo que afeta os nossos olhos, afeta o nosso corpo pela luz que o mesmo transmite. Esse mesmo texto no evangelho segundo Lucas, faz alusão à possibilidade de confundirmos luz com trevas: "cuidado para que a luz que está em seu interior não sejam trevas".

Pensar sobre esse texto para mim, tem sido difícil, exigindo certo esforço do meu raciocínio lógico que é desafiado pela metáfora utilizada por Jesus nesse caso. 

Acende uma luz, Senhor!!!

É exatamente esse o rumo que precisamos seguir aqui. Dependemos de Deus para que os nossos olhos recebam a luz adequada para que o nosso corpo seja a tal candeia mencionada em Mateus 5:14-16. Nossos olhos são a lâmpada do interior do templo do Espírito Santo, ou seja, o nosso corpo. Com eles é que vamos trazer luz para o nosso ser e poder finalmente brilhar.
As palavras olhos aplicadas neste texto, não podem ser interpretadas literalmente, pois os olhos a que se referem Jesus, são a janela pela qual interagimos com o mundo, janela esta que se abre e/ou se fecha dependendo do que nos é oferecido. Os olhos podem ser alimentados pelo contato diário com a mídia, nosso foco de atenção, nosso aprendizado, nossa forma de ver o mundo, nossa ação diante dos fatos etc.

Não é novidade dizer que por conta disso, o jovem, especialmente, é altamente influenciado pelo contexto cultural em que vive. No nosso contexto, um desses pontos é a erotização da cultura, que eleva os hormônios e associa promiscuidade ao pensamento livre e larga o jovem a mercê de sua própria sorte para experimentar a luz que sai da "lâmpada das trevas", seja ela um computador, televisão, revista etc. Azar o teu, jovem, é o que o mundo diz para as tuas frustrações e mágoas.

Aqui e ali vemos vários desses fachos de luz que jogam trevas nos nossos olhos, que por sua vez transmitem ao nosso corpo o resultado. Ensinos sobre religião fundamentados em doutrinas humadas e humanistas, preconceito dos sábios arrogantes de plantão contra toda ideia contrária a sua cosmovisão (visão de mundo), necessidade de riquezas, pressão por resultados de todos os lados (família, profissão, amigos etc).

Há muitas coisas neste mundo atual que podem alimentar os nossos olhos. Em algumas ocasiões, nossa fraqueza nos conduzirá a confundir luz e trevas. Isso acontece quando colocamos a candeia escondida. Quando Cristo toca nesse ponto, Ele aborda a nossa omissão, nossa necessidade de tirar a candeia do velador e escondê-la para de vez em quando apreciarmos as trevas. Como isso acontece? É simples. Eu, por exemplo, gosto de boa música, mas outro dia estava vendo um show, e percebi nas canções que eu admirava pela arte que traziam em si, uma letra com apologia a valores contrários aos do Reino, como materialismo, incentivo ao suicídio, hedonismo etc.

Não dá pra esconder os valores do Reino para apreciar a arte que agrega tais fatores. Lamento, mas não tem teologia que sustente a presença de um cristão consciente em determinados lugares. Apaga a luz a hipocrisia!
"O que os olhos não veem, o coração não sente?".. é por aí.

O que eu quero com tudo isso é que o Senhor ilumine nossos olhos com seus preceitos retos e mandamentos puros.

"Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro, e ilumina os olhos." Salmos 19:8


Por Diogo Pereira